domingo, 13 de fevereiro de 2011

Hiperbólica da Retórica

DICA: Leia este texto ouvindo: http://www.youtube.com/watch?v=WwfNexdaIdU ou http://www.youtube.com/watch?v=lBWY3bli92Y&feature=related ...

E é assim, quando quero eu escrevo. Tentar cumprir datas, inspirar-me, nada disso funciona comigo. Escrevo quando quero, quando sinto que tenho chance de transgredir o medíocre e fazer algo muito bom ou muito ruim, mas nunca em cima da média.

Nos nuances da vida, somos aprisionados pela totalidade. Totalidades totalitárias sociais. Somos submergidos em obrigações sociais que para muitos, tornam-se obsessivas. O que se torna mais doloroso, ter-se obrigatoriamente que seguir as convenções do senso comum ou evitá-las e ser julgado, lançado para a marginalização social? Indagação pessimista? Quem sabe.

Quais são as suas prioridades? São suas prioridades ou são nossas? Sirva-se de estereótipos, escolha o seu, torne-se um e procure os semelhantes. Dilúvio de obrigações pré-ditadas e conhecidas. Como se cada conhecido, do mais íntimo àquele rosto conhecido que nunca trocara um palavra, tivessem uma expectativa sobre você. Decepcioná-los-á? Nunca prometera nada, mas não pensam assim. No fundo por uma generalização boçal, esperam que seja como a maioria. Serás como a maioria?

Opções? Muitas, nenhuma a ideal, nenhuma satisfatória. Conhecer, namorar, casar, ter filhos, tentar não separar. Estudar, vestibular, passar, formar, trabalhar, tentar ser rico. E mais quantos outros verbos intermediados por vírgulas, tentam reduzir o viver numa cronologia lógica e ritmada. Opções? Nenhuma! Sorte sua, manter-se-á na zona de conforto. Nela podes julgar e ser pouco julgado, mas quem te conhece? Quantas casas brancas com grandes vitrais terás que construir neste abismo? Quantas famílias perfeitas na imperfeição, terás que fazer ocupar essa escuridão? E quantos empregos ideais substituirão o vazio?

E se nada disso for tua prioridade, faça ser! Pois ao contrário, serás perdido. Pois se for contra, serás louco. Pois se rejeitares, serás mais um estereótipo periférico, bem longe dos holofotes dos “status” de sucesso e beleza, de vida perfeita que passa na tua e na minha televisão. E se até o indigente que mendiga tem uma função, pois você não haverá de ter? Qual a função do mendigo? A mesma do professor. Estranho? Nenhum um pouco. Tal qual um professor, um indigente que tem o papelão como aconchego, a terra vermelha como assoalho e as estrelas como telhas, educa. Uma criança que cruza com um pedinte, pode não saber o que quer ser quando crescer, mas passa, a saber, o que não quer ser.

Vá meu filho, cresça e não seja como este que nos pede uma moeda. Para isso siga as cartilhas, as bulas sociais. Hão de serem muitas!