Música Recomendada
Depois de algum tempo, muito tempo, quase um tempo geológico, voltei a escrever. Retorno para labutar sobre o contraste e como disse o poeta, “Falar do que não gosta, por ventura, traz o gostar à cabeça”. Não sei se é exatamente isso, mas falar do que difere de você, de uma forma ou de outra, não traz os holofotes para si. Não também, que cada um é apenas o que gosta, mas quando fala do que não gosta, concentra as críticas em um ponto, em uma pessoa ou em algo que não necessariamente, é você, mas que provavelmente, não é!
Confuso? Nem tanto, mas o que eu não gosto e irei discorrer sobre, é mais uma de tantas características das pessoas e minha própria, que me fizeram trabalhar com plantas e animais, sim estou excluindo todos os futuros seres que por azar de acontecimentos probabilísticos, serão meus alunos. Como diria um conhecido: “Na cadeia alimentar, vale mais uma bactéria que cicla os nutrientes que um aluno que parasita seu professor”. Por conseqüência, não posso e nem poderei imaginar meus futuros alunos como pessoas, como pensantes, até porque eu mesmo, na conjuntura do meu conhecimento, sei que uma bactéria vale mais do que esse fétido eu. Retomando o fio de pensamento, o que eu não gosto e me motiva a escrever sobre, e olha que para me motivar eu realmente tenho que não gostar, é a minha, a sua e a capacidade de todos de se conformarem com a situação e tecerem uma rede de desculpas para tal.
É no mínimo cômico conformarmos com nossa realidade, nossa situação, nossa capacidade. É como se a criatura dominasse o criador, como se mandássemos em deus, vendendo parte do céu... espera aí, isso já acontece o_O! Para mim, realidade é o conjunto de escolhas, mais ou menos influenciadas por fatores externos a nós, que vivemos cotidianamente. É muito simplista, mas considere esta definição para caráter didático apenas. E cada escolha, nos aprisiona e a escolha seguinte, nos aprisiona ainda mais, nos distanciando ainda mais, da escolha primordial e lê-se primordial neste contexto, como sendo a primeira, a que originou tudo. Não sei se compartilhas de minhas idéias, mas não há nada sem volta, exceto filho, data de validade e morte! O resto pode ser feito e desfeito.
Mas não é isso que acontece. As pessoas são chatas, monótonas, tornam-se prisioneiras de suas escolhas, dos caminhos que escolheram trilhar e para esquivarem da culpa de não ter para si as rédeas de suas próprias vidas, inventaram nomes bonitinhos e até refinados, como destino, como coerência e outras tantas necessidades que não co-existem para a real necessidade de existirmos, a felicidade. Realmente, acredito que para 51% serem felizes, 49% terão que ser infelizes, parece cruel e pessimista, mas muito sentido faz, olhando para os que não carecem do mesmo nível de vida de que esbanjamos.
“Desculpa” é uma palavra no mínimo curiosa. Inicialmente utilizada para o culpado buscar o perdão. Há algum tempo, ganhou também o significado de configurar a tentativa deste de responsabilizar outro que não ele, de ser o responsável pelo feito. E a curiosidade é que a palavra escolhida pelo culpado, como ele, tem culpa, “des-CULPA”. E não importa a desculpa no singular ou no plural, utilizada pelas pessoas, mas sempre ela preferirá não se responsabilizar, mesmo que para isso tenha que duvidar de si próprio, de suas capacidades, de aceitar seus defeitos, do que fazer-se dono de si, de se re-inventar, re-modelar, “desescolher” e escolher tudo novamente.
Muitos se gabam por serem coerentes e não sei você, mas se me chamarem de coerente, não gostarei nenhum pouco. Coerência para mim é o grande eufemismo para manter-se inalterável dia pós dia. Como se não descobrissem algo novo a cada amanhecer, como se não percebesse o erro e o defeito, como se dormisse e acordasse sempre o mesmo. E por assumir que deito um e acordo outro que a comodidade me irrita. Devo assumir que estou constantemente em uma metamorfose e que minha realidade-ótima de ontem não será a mesma realidade-ótima de amanhã. Devo admitir que amanhã, julgarei errôneo o que escolho hoje. E a não ser que seja um filho, uma produto vencido ou a morte, eu poderei sim, voltar atrás.
Porque viver é fácil, basta estar vivo e complicar o viver é igualmente fácil. Furto de Vinícius de Moraes as seguintes palavras: “Tristeza não tem fim, felicidade sim”.
É no mínimo cômico conformarmos com nossa realidade, nossa situação, nossa capacidade. É como se a criatura dominasse o criador, como se mandássemos em deus, vendendo parte do céu... espera aí, isso já acontece o_O! Para mim, realidade é o conjunto de escolhas, mais ou menos influenciadas por fatores externos a nós, que vivemos cotidianamente. É muito simplista, mas considere esta definição para caráter didático apenas. E cada escolha, nos aprisiona e a escolha seguinte, nos aprisiona ainda mais, nos distanciando ainda mais, da escolha primordial e lê-se primordial neste contexto, como sendo a primeira, a que originou tudo. Não sei se compartilhas de minhas idéias, mas não há nada sem volta, exceto filho, data de validade e morte! O resto pode ser feito e desfeito.
Mas não é isso que acontece. As pessoas são chatas, monótonas, tornam-se prisioneiras de suas escolhas, dos caminhos que escolheram trilhar e para esquivarem da culpa de não ter para si as rédeas de suas próprias vidas, inventaram nomes bonitinhos e até refinados, como destino, como coerência e outras tantas necessidades que não co-existem para a real necessidade de existirmos, a felicidade. Realmente, acredito que para 51% serem felizes, 49% terão que ser infelizes, parece cruel e pessimista, mas muito sentido faz, olhando para os que não carecem do mesmo nível de vida de que esbanjamos.
“Desculpa” é uma palavra no mínimo curiosa. Inicialmente utilizada para o culpado buscar o perdão. Há algum tempo, ganhou também o significado de configurar a tentativa deste de responsabilizar outro que não ele, de ser o responsável pelo feito. E a curiosidade é que a palavra escolhida pelo culpado, como ele, tem culpa, “des-CULPA”. E não importa a desculpa no singular ou no plural, utilizada pelas pessoas, mas sempre ela preferirá não se responsabilizar, mesmo que para isso tenha que duvidar de si próprio, de suas capacidades, de aceitar seus defeitos, do que fazer-se dono de si, de se re-inventar, re-modelar, “desescolher” e escolher tudo novamente.
Muitos se gabam por serem coerentes e não sei você, mas se me chamarem de coerente, não gostarei nenhum pouco. Coerência para mim é o grande eufemismo para manter-se inalterável dia pós dia. Como se não descobrissem algo novo a cada amanhecer, como se não percebesse o erro e o defeito, como se dormisse e acordasse sempre o mesmo. E por assumir que deito um e acordo outro que a comodidade me irrita. Devo assumir que estou constantemente em uma metamorfose e que minha realidade-ótima de ontem não será a mesma realidade-ótima de amanhã. Devo admitir que amanhã, julgarei errôneo o que escolho hoje. E a não ser que seja um filho, uma produto vencido ou a morte, eu poderei sim, voltar atrás.
Porque viver é fácil, basta estar vivo e complicar o viver é igualmente fácil. Furto de Vinícius de Moraes as seguintes palavras: “Tristeza não tem fim, felicidade sim”.